31 janeiro 2007

Nervosismo

Nunca senti tanto desprezo,
Por ti, Ó Antiguidade Clássica
Custas-me caro,
Não consigo estudar-te.

Estou tão cega,
Tão velada de ciúmes,
Por ti, Ó Antiguidade Clássica
Sabias ser branda e morna,
Branca na pedra dura.

Continuo a sentir que sou frágil
Não tenho nada nas minhas mãos
Nem minha própria personalidade
E sou tão leve que me deixo esvoaçar
Por entre os dedos de Ésquilo ou talvez de Platão.

Espero sempre tanto tempo por uma resposta
De alguém, de ninguém,
Até morrer, e renascer,
E ser mil e uma coisas à minha volta.

Contudo, és densa
Ó Antiguidade Clássica
Não te consigo vislumbrar
Tenho a certeza de que mais um dia passará
E a minha solidão fingida
Me consumirá,
Sem que eu te consuma primeiro.

Sem comentários: