29 abril 2007

Espíritos

Sinto os pés a latejar
De tanto caminhar
Recordando noites passadas
Eu sei e disse:
Hoje é noite de espantar espíritos.
Por isso não me importa a chuva
Nem o frio
Não me importa que me achem louco
Vou caminhar
Vou pensar
Até me esvaziar de mim próprio.

Que é que isso te interessa?

Não tens chumbo na bacia,
Nem flores no escritório.
Não gostas de largar o campo
O sol brando, pouco te importas com as novas tecnologias.
O que é uma revolução para ti,
Ficas triste, mas não sabes o que é o sal das lágrimas.
Pelo menos não provaste da terra
Imortal, impenetrável como és
Custa a todos tocar o teu centro
E a mim, já me doem os olhos
De te olhar,
Sempre deslumbrante, luminoso
No teu egocentrismo.
Raio de povo que ainda censura as manifestações
De caridade!

16 abril 2007

Marido


Não conheces verdadeiramente a liberdade
Porque nunca experimentaste uma prisão.

Ainda não existiu o Êxodo na tua cabeça!

Já te levantavas e erguias essa cabeça!
Já paravas de choramingar pelos cantos
E te dedicavas às coisas práticas da vida! Pragmatismo!
Sim, o Cristianismo vai calhar-te bem,
Mas não vês a essência das coisas,
A profundidade simples da genialidade dos corpos,
A caridade, a paz, a dinâmica entre massas!

Precisas de sofrer para perceber que aquilo que em tempos foi pó
Se tornou barro,
E a ideia criadora à moda renascentista
Estará sempre ligada a uma formula ainda Maior!

Nada lhe pode escapar,
Tudo lhe está intrinsecamente ligado.
Então para que lhe tens tanto ódio?
Começa mas é a praticar
Não em ti, mas nos outros.

13 abril 2007

Jesus Love Me, that's for sure. Because the Bible tells me so...

Make my days in the bathroom
And If the end is neer
I'll go with You.

11 abril 2007

Aqui sou senhor, aí um parasita.




Hoje é diferente, viajo...
Custa-me, ao ver esta paisagem
De planície e chuva,
Esquecer o oeste tão denso.

A orquestra vai sempre à frente
Procurando as notas certas
Para mais me magoar
No tempo.

Porém, nos bastidores
Falei com meu Pai
E ele disse que o maestro é imaturo,
Mas acariciou-me a testa
Limpou-me a cara,
E levou-me até ao palco.

Subi...
Fui ao centro.
Mas onde está o maestro?
Procuro-o...Não está.
E a orquestra?
Não a vejo...
Canto só.

É pena quando a Glória se torna o objectivo,
As pessoas esquecem, fogem
E com Ela desculpam tudo,
Justificam tudo
Mas não sabem que aliada à Glória está a Fortuna
E a esta a Desgraça.
No fim são eternos no Mundo do Anjo.

"Júpiter via as formas esculpidas e pintadas/ palpitantes de vida e as moradas mortais iguais ao céu/ obra da virtu de Giulio Romano. Furioso, reuniu o concilio dos deuses/ e roubou-o à terra, por não poder suportar / ser superado ou alcançado por um habitante da terra." (Inscrição na lápide de Giulio Romano).