02 novembro 2006

Leão Dourado

A chuva chega
Avisando o retorno de tempos passados.
Ficamos à espera que nos levem
Para fora da nossa felicidade,
Já chega de propostas,
De tempo só para nós.
Já chega de recordações,
De rebuscar caras afastadas
Num jogo onde só existe uma face,
A coroa, o galardão que não é meu.

A chuva cai,
Continua a inundar as estradas,
O nosso caminho permanece encharcado
De pesadelos,
Que passam contagiando-nos com a sua imundice,
Tornando-se na lama que me serve de lágrimas,
Nos momentos mais intimos de nossos abraços.

Não existem tectos que nos abriguem.
A dureza de minhas palavras cai constantemente
Em nossas cabeças,
E o meu coração quebra-se como o vidro,
Pela tristeza que tenho em ser de tal natureza,
Tão de fel.
Amargura que não se vê,
Mas que se sente,
Depois do prazer mais ardente
Apagado pela chuva.

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