26 novembro 2006

Os eternos minutos dos verdes anos...

Não sei, Espelho, porque escolhi esta cor,
Esta disposição da mobilia
Nem sequer gosto da minha maneira de fugir.

Detesto divisões,
Detesto esperas,
Eterna noiva no altar da organização.

Não sei limpar o pó da minha testa,
Vou ficando soterrada de ciúmes,
De mim, de ti, dele, de nós, e deles...

Bafejante vou cortando caminho,
Deambulante porque não sei estabilizar os meus pés,
O meu ritmo cardiaco.

A porta de meu quarto fecha-se lentamente,
Tantas vezes,
De tantas maneiras.

E os meus verdes anos vão sendo pintados
Com a falsidade da minha coreografia
Em frente a lobos esfomeados.

Não restam cristais,
Não restam vidros,
Continuo contigo, ó Espelho!

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